segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 31Jan11

Pessoal, bom dia.
Após longo e tenebroso inverno, volto às nossas postagens da nossa série Músicas que Elevam o Espírito. Após meditar sobre a nossa música de hoje, resolvi prestar uma homenagem a um poeta boêmio, do bairro de Vila Isabel, nosso querido Noel Rosa.
Noel Rosa
Noel de Medeiros Rosa nasceu no dia 11 de dezembro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro e veio a falecer no dia 4 de maio de 1937, aos 26 anos, vitimado pela tuberculose. Reza a lenda que ele tinha o problema no queixo oriundo do seu difícil parto, onde o médico teve de extrair o bebê Noel a fórceps. Contudo, o que mais me impressiona em Noel Rosa é que ele nasceu numa época em que não existia internet, onde os meios de divulgação das suas músicas eram muito precários se comparados aos dias de hoje, mas mesmo assim, e com tão pouco tempo de vida, ele nos deixou verdadeiras maravilhas que até hoje povoam o cancioneiro popular. Dono de sambas muito elegantes, com letras interessantíssimas, Noel foi um dos principais responsáveis que fizeram o meio de campo entra o samba produzido nos morros do Rio de janeiro e o asfalto, ou seja, entre a favela e a classe média. Quem não conhece Com Que Roupa, Conversa de Botequim, Feitiço da Vila, só para citar alguns de seus sucessos?
Aliás, por falar em Feitiço da Vila, não podemos deixar de mencionar a grande guerra que tinha entre Noel Rosa e Wilson Batista. Essa foi uma peleja muito mais interessante do que a atual Claudia Leite vs. Ivete Sangalo, e que produziu músicas maravilhosas. Era quase uma briga do bem contra mal. Noel era branco, nascido em uma família de classe média do bairro com nome de princesa (Vila Isabel... rsss), tendo inclusive estudado no tradicionalíssimo Colégio São Bento e frequentado o Curso de Medicina. Já Wilson Batista era mulato, da cidade de Campos (interior do Rio de Janeiro), e dizem que fora amigo de uns malandrinhos na juventude, o que lhe valeu inclusive de alguns probleminhas com policia.
Charge da Briga: Noel Rosa vs. Wilson Batista

Reza a lenda que a briga entre os dois começou quando Wilson compôs Lenço no Pescoço, uma apologia à malandragem. Noel não gostou e rebateu essa música com Rapaz Folgado. (Deixa de arrastar o seu tamanco / Que tamanco nunca foi sandália / Tira do pescoço o lenço branco / Compra sapato e gravata / Joga fora esta navalha que te atrapalha). Daí foi a vez de Wilson ficar danado e escrever O Mocinho da Vila, onde criticava Noel e seu bairro. Foi quando Noel deu uma voadora em Batista e escreveu o clássico Feitiço da Vila. Wilson rebateu com Conversa Fiada. Mas nessa altura do campeonato Noel Já estava ganhando quando compôs outro clássico: Palpite Infeliz. Foi quando Wilson, não reconhecendo a derrota, apelou e escreveu Frankstein da Vila, comentando do defeito do rosto de Noel, que não respondeu. Wilson continuou a briga com Terra de Cego. Noel, para acabar com a polêmica, usa a mesma melodia de Terra de Cego e escreve Deixa de Ser Convencido.
Senhores, para celebrarmos esse genial compositor da música brasileira que completaria 100 anos no mês passado, e deixando rixas à parte, trazemos essa dupla infernal, Yamandú Costa e Hamilton de Holanda, tocando Conversa de Botequim: http://www.youtube.com/watch?v=OaCtTb_JQyo
Para mais detalhes sobre a briga de Noel com Wilson Batista ver os links: http://www.youtube.com/watch?v=JITbSJWLJJE (com Caetano Veloso) e http://www.youtube.com/watch?v=CNkrrB5x-Vk&feature=related. 
Noel tocando violão
Referências:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 24Jan11

Pessoal, bom dia.
Continuando nossa série de Músicas que Elevam o Espírito, trazemos hoje um violonista de uma cidadezinha do norte do Estado do Rio chamada “Varre-Sai” (que nome é esse?  Hehehehe).  Baden Powell nasceu no dia 06 de agosto de 1937 e ganhou esse nome em homenagem ao fundador do escotismo, o general britânico Robert Thompsom S.S. Baden Powell.
Baden foi um apaixonado pelo violão desde tenra idade. Quando tinha oito anos, sua tia ganhou um violão em uma rifa, mas o colocou pendurado na sala. O menino Baden não se conformava, até que um dia ele enrolou-o em uma toalha e levou-o pra casa. Mas como ninguém sabia, ele mantinha o violão debaixo da cama, até que sua mãe descobriu um dia e a casa caiu pro menino...rsss. Mas o episódio teve um final feliz, e seu pai vendo o interesse do menino resolveu iniciá-lo nas artes violonísticas.  Mas como o menino em pouco tempo superou o pai no instrumento, ele foi estudar violão com o grande professor Meira que mais tarde seria também professor do Raphael Rabello e do Maurício Carrilho.
Baden Powell
Dono de um estilo único dentro do universo violonístico, Baden Powell é mais que uma escola de violão, ele é uma universidade inteira. Baden foi um dos maiores violonistas do mundo, com uma produção impressionante e de uma musicalidade ímpar, sua obra continua inspirando violonistas do mundo inteiro. Qual violonista, profissional ou amador, nunca quis ter a macumba da mão direita de Baden? Quem nunca se impressionou com os Afro-Sambas,  parcerias de Baden com o poetinha Vinícius?
Gostaria de deixar aqui uma história pra lá de curiosa que eu retirei do site do Baden Powell, http://www.badenpowell.com.br/ , e que foi escrita pelo filho do Baden. Coisas do Baden e do Poetinha...rssss.
Baden e Vinícius
“Certo dia Baden chegou à casa do poetinha trazendo nos dedos uma belíssima melodia que compôs num momento muito inspirado. Era por volta das nove da noite quando Baden apresentou a melodia, e Vinicius ficou logo muito empolgado com a música que inspiraria mais uma bela poesia:
- Puxa Badinho, que música linda! Toca de novo!
Baden também entusiasmado com a empolgação do poeta tornou a tocar a música. E entraram pela noite tocando e ouvindo-a várias vezes, fazendo uma pausa de vez em quando pra conversar sobre os mais variados assuntos, como assombração, Mula sem Cabeça... Isso tudo regado à muito whiskie (papai contava que nessa noite foram umas quatro garrafas!). A madrugada chegou logo, as garrafas foram se acumulando e o Baden foi ficando meio desconfiado de alguma coisa, pois o Vinicius estava pedindo pra ele tocar a música desde cedo e não havia mencionado nada sobre a letra. Vinicius tornou a pedir para ele tocar, e o Baden então perguntou:
- Espera aí Vinicius, tá tudo certo, mas… Cadê a letra?
- A letra? Bom, na verdade aconteceu uma coisa, é… Eu não vou fazer essa letra mais não!
- Como assim? Estamos aqui, só nós dois, juntos desde cedo, tocando e bebendo, agora são altas horas e você me diz que não vai fazer a letra! O que houve?
- Não foi nada demais. Mas, eu prefiro não dizer, vamos deixar isso pra lá.
- Não, Vinicius, agora você vai me dizer o que houve.
- Sabe o que é Badinho, essa música que você fez é um plágio!
- Plágio?! Como assim Vinicius?
- É Badinho, um plágio.
- Não, Vinicius, você tá enganado…
- É, Baden, eu tenho certeza. Por isso não vou fazer essa letra. Depois vai sair nos jornais: “A dupla Baden e Vinicius plageiam…” Fica chato, entende?
- Mas, Vinicius, essa melodia me veio por inteira, eu fiz de uma vez, não pode ser plágio!
- É sim, Baden, tenho certeza.
- Mas plágio de quê, e de quem?
- Ora, Baden, isso ai é um prelúdio de Chopin!
- Não, Vinicius, você está enganado. Você bebeu demais e está confundindo as bolas.
- Não, Baden, você foi quem bebeu demais. Fez uma música de Chopin e tá achando que é sua.
- Mas, Vinicius, eu conheço os prelúdios de Chopin, estudei todos. Te garanto que não tem nada de Chopin nessa música!
- Eu também conheço, Baden, meu ouvido não falha, isso ai é Chopin com certeza! Quer ver só?! Eu vou acordar minha mulher que é formada em piano e conhece tudo, espera aí…
- Não faz isso, Vinicius, tá muito tarde, e a gente tá com um bafo danado…
- Tudo bem, ela já tá acostumada.
E lá foi o Vinicius chamar sua mulher, que na época era a Lucinha Proença. Ela chegou na sala sem saber o que estava acontecendo, mas vendo a cena perguntou:
- Oi Baden tudo bem? Vocês querem um café?
- Não Lucinha, sobretudo não vamos misturar… Obrigado.
Vinicius retomou seu lugar e dirigindo-se ao Baden, disse meio ríspido:
-Toca!
Baden executou e Vinicius ficou esperando algum comentário da Lucinha, que em silêncio não sabia o que dizer diante da visível espectativa do poeta:
- Como é, você não vai dizer nada?
- Como assim, o que você quer que eu diga?
- Toca de novo Baden!
Ao final desse bis, Vinicius novamente perguntou para mulher:
- Isso não é Chopin?!
- Não.
- Como não é Chopin?!
- É uma canção romântica, é muito bonita, mas não é Chopin.
- Ah, então você também tá contra mim?!
Fez-se então um silêncio que confirmou um grande mau entendido da parte do poeta, que com muita astúcia concluiu:
- Então Chopin esqueceu de fazer essa!
Vinicius pegou papel e caneta e escreveu quase que instantâneamente uma belíssima peosia, e a música foi batizada de "Samba em Prelúdio".”
E para completar, trazemos o inesquecível Paulinho Nogueira numa execução maravilhosa. O Paulinho ainda será tratado com muito carinho aqui no nosso blog. Senhores, com vocês, Baden Powel, Vinícius e Paulinho: http://www.youtube.com/watch?v=whISNqcmKnI
Já que eu falei na macumba da mão direita do Baden, resolvi adicionar outro vídeo, mas este com o próprio Baden: http://www.youtube.com/watch?v=TSUNbvb-DWg&feature=list_related&playnext=1&list=MLGxdCwVVULXeII-m1BRlSlO-g-xuOk709
Baden Powell

domingo, 23 de janeiro de 2011

Filosofia Monty Python

Pessoal, bom dia.

Eu acordei hoje e fui checar email, twitter, essas coisas, e me deparei com um twitter do Ronaldo Fenômeno. Ele postou um video,. que segundo ele, foi um achado do Roberto Carlos. O fato é que o video segue a filosofia que o Monty Python imortalizou no clássico A Vida de Bryan: Olhe sempre pro lado bom da vida! Daí eu resolvi colocar aqui também: http://www.youtube.com/watch?v=fTb-nCzv3dY&feature=related

Bom domingo para todos.

Have fun and be in peace!!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 21Jan2011

Pessoal, bom dia.
Como a maioria de vocês já sabem, hoje é o meu último dia de trabalho na  Ford, como funcionário da MSX. Gostaria de agradecer aos muitos amigos que fiz durante estes três anos de batalha. Aliás, eu fiz muitos mais amigos do que poderia imaginar quando vim para a Bahia. Por isso, gostaria de trazer hoje, como uma homenagem aos amigos que fiz durante essa minha ainda curta caminhada pelo nosso planetinha azul, o nosso Maior Maestro Heitor Villa-lobos.
Heitor Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro, no dia 05 de março de 1887, dois anos antes da proclamação da República. O pai, Raul Villa-Lobos, amante da música clássica e violoncelista de mediana habilidade, percebeu desde cedo o dom espantoso daquela criança superdotada. Por isso, ensinou o pequeno Heitor os caminhos da percepção musical com uma severidade incomum, além de impor uma rígida disciplina para o estudo do violoncelo principalmente, e da Clarineta. O próprio Villa-Lobos escreveu sobre o pai: “Meu pai obrigava-me a declarar com presteza o nome da nota dos sons, dos ruídos que surgiam incidentalmente no momento. Como por exemplo, o guincho da roda do bonde ou o pio de um pássaro, ou a queda ocasional de um objeto de metal, etc. Isso tudo com uma rígida e enérgica seriedade absoluta. E ai de mim se não acertasse...”

Raul Villa-Lobos, pai do Maestro
  Não se pode precisar, quando foi que o pequeno Tuhú – apelido de infância dado por causa do som do apito do trem que ele gostava de imitar, se apaixonou pelo violão. Se este fato aconteceu nas viagens da família pelo interior de Minas e do Rio de Janeiro, ou se foi no contato com os chorões do Rio de Janeiro. Em seu livro, Carvalho escreveu sobre o menino Heitor: ”Seus tempos de criança? Sim, fora difícil estudar violão: enchia a boca do instrumento com pano, para poder fazer técnica; amarrava o instrumento no estrado da cama, para que D. Noêmia não o quebrasse; e, de noite, saía sorrateiramente pela janela, carregando o instrumento, para juntar-se aos chorões boêmios.” Mas sem dúvida nenhuma, podemos afirmar que a obra de Villa-Lobos para violão, apesar de pequena, é de extrema importância. Ela é até hoje objeto de estudo nos conservatórios de música ao redor do mundo e parte do repertório de grandes violonistas internacionais.
É praticamente impossível separar o homem Heitor Villa-Lobos do mito e lendas em torno do Maestro. E, diga-se de passagem, mitos e lendas que o próprio Villa-Lobos criou. Histórias fantasiosas, quase mágicas, circundam o maestro. Como por exemplo, quando de sua viagem na Amazônia, navegando pelo rio Amazonas, após um naufrágio ele foi feito prisioneiro por uma tribo de índios canibais, que só o soltaram depois que ele lhes mostrou alguma de suas composições. Ou ainda, quando o jovem músico Antônio Carlos Jobim visitou o Villa-Lobos (este fato é verdade!), em 1956, na casa do maestro. Tom se deparou com um cenário assustador. Viu uma soprano no canto da sala colocando os pulmões para fora, o rádio ligado no outro lado, pessoas conversando do outro, e Villa-Lobos no meio disso tudo, compondo.  Assustando com aquele cenário caótico, o jovem Tom perguntou: ”Maestro, como o senhor consegue compor no meio desse barulho?” Villa-Lobos respondeu: ”Meu filho, o ouvido de fora nada tem a ver com o de dentro.”
Villa-Lobos regendo.

Assim como Santos Dumont, Villa-Lobos adotou Paris como sua segunda cidade. Ele esteve nela em duas oportunidades, entre 1923-24 e entre 1927-29, sob o patrocínio da família Guinle. O fato de Villa-Lobos ter fomentado essas histórias fantasiosas sobre ele, de certa forma o ajudou a se promover em Paris, quando os parisienses lotaram o teatro no seu primeiro concerto para “ver o índio de casaca, saído diretamente das selvas brasileiras.” Como uma espécie de Romário da época, Villa-Lobos declarou, em 1923, quando chegou a Paris: “Eu não vim para aprender, mas para mostrar o que fiz.” Em 1924, Manuel Bandeira celebra a volta do maestro dizendo:” Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos.”
Heitor Villa-Lobos foi um brasileiro de ações grandiosas. Compôs mais de 2000 peças, para vários instrumentos e formações de orquestras e corais diferentes, em diversos gêneros musicais: óperas, sinfonias, concertos, música de câmara, etc. Isso o eleva, sem dúvida nenhuma, ao posto de compositor mais importante do mundo no século XX (minha humilde opinião...hehehe). Em 1931, fez em São Paulo a Exortação Cívica, com um coral de 12 mil vozes. Em 1940, colocou 40 mil crianças cantando a quatro vozes, no estádio de São Januário do clube Vasco da Gama, o Hino Nacional para o então presidente Getúlio Vargas. Ele também foi o fundador da Acadêmia Brasileira de Música.
Para entender a música de Villa-Lobos é preciso mais do que ouvi-la, é preciso degustá-la. Enamorar-se da música de Villa-Lobos é enamorar-se do Brasil. Não só o Brasil do litoral, do Rio de Janeiro, do centro nervoso de São Paulo, mas especificamente o Brasil do interior, das florestas, dos rios, do matuto e do caboclo, das brincadeiras infantis de ciranda-de-roda. ”É de consenso geral que Villa-Lobos é o maior compositor que o Brasil já teve. Pode-se dizer que Villa-Lobos e Brasil são quase sinônimos.” (depoimento de Manuel Bandeira). O próprio Villa-Lobos se definiu da seguinte maneira: “Sim sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os marés deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que transporto instintivamente para tudo que escrevo.”  
Heitor Villa-Lobos, um brasileiro
Por tudo isso, senhores, gostaria de dedicar a Toccata da Bachianas Brasileiras nº 2 O Trenzinho do Caipira (para os íntimos...Hehehehe). Preferi postar a versão de Edu Lobo, ao invés da versão para orquestra, com a belíssima letra de Ferreira Gullar: http://www.youtube.com/watch?v=coJjqZCDrw0

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 19Jan2011

Pessoal, bom dia.

Hoje eu gostaria de prestar uma solidariedade às vítimas da tragédia que se abateu na região serrana do Rio de Janeiro. Só em Nova Friburgo, que já foi considerada a Suíça Brasileira, foram 335 mortos até agora. Estima-se que ao todo, o número de mortos possa passar de 1000, sem mencionar o número de desabrigados. É impressionante como todo ano ocorrem tragédias relacionadas com chuvas, enchentes e tempestades, e muito pouco é feito. Não existe uma política séria de remoção das pessoas vivendo em áreas de risco e tampouco sistemas de alarmes de tempestades como nos países sérios. Eu costumo dizer que existem duas formas de aprendizado na vida: ou por amor ou pela dor. Infelizmente, o ser humano tem uma tendência maior de aprender pela dor. Eu sinceramente espero que a morte dessas pessoas não tenha sido em vão e que daqui para frente políticas sérias sejam tomadas para evitar que tragédias como essa ocorram novamente.

Como parte neste cenário de tragédia, o Sítio Poço Fundo, localizado em São José do Vale do Rio Preto na região serrana do Rio de Janeiro, onde o maestro soberano Tom Jobim passava férias de verão e compôs várias músicas, inclusive Águas de Março, Dindi, Matita Perê, entre outras, foi completamente destruído em duas horas.  

Sítio Poço Fundo antes da Tragédia

Sítio Poço Fundo depois da Tragédia

Como uma homenagem às vítimas desta tragédia, gostaria de dedicar a música Águas de Março do Tom Jobim cantada em Hebraico, mostrando que uma obra-prima não depende de língua, nação, e que é atemporal. Que essa música traga esperança para as vítimas da tragédia e a certeza de que o sol sempre brilha depois da tempestade, renovando a fé em dias melhores no futuro.

Segue o link da música: http://www.youtube.com/watch?v=JDFYi_UYsKg

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 18Jan2011

Pessoal, bom dia.

Hoje trazemos uma música de Garoto executada com brilhantismo pelo nosso inesquecível Raphael Rabello. A música de hoje é Lamentos do Morro. Raphael Rabello com seu virtuosismo e conhecimento apurado de música fez uma releitura maravilhosa dessa música de Garoto. A versão de Raphael ficou tão elegante que até hoje serve de referência para violonistas de todas as idades e habilidades, do amador ao profissional. Eu tenho certeza que se o Garoto tivesse escutado a versão de Raphael ele tinha dado a co-autoria da música para ele (hehehe)!!!

Agora, uma palavra sobre Garoto. Anibal Augusto Sardinha, mais conhecido como Garoto, nasceu em São Paulo em 1915, sendo filho de imigrantes portugueses. Em 1939 Garoto embarcou, a convite de Carmen Miranda, para uma turnê com a Pequena Notável nos Estados Unidos. Devido ao seu grande virtousismo com instrumentos de corda, garoto foi apelidado de "The Man of Golden Fingers", ou o homem dos dedos dourados (em tradução livre). Ele fez tanto sucesso que conseguia atrair para os shows de Carmen muitos músicos de jazz, tal como Duke Ellington, e inclusive tendo tocado para o presidente Roosevelt na Casa Branca [1].

Anibal Augusto Sardinha, o Garoto.
A obra de Garoto foi amplamente pesquisada e redescoberta pelo grande violonista brasileiro Paulo Bellinati. O grande trabalho de pesquisa de Bellinati gerou uma gravação de um album entitulado "The Guitar Works of Garoto" (A obra de Garoto para Violão, em tradução livre), recebendo sucesso e reconhecimento pela contribuição histórica [2].  

Agora, falaremos um pouco de Raphael Rabello, recortando fragmentos do artigo, O Legado de Raphael Rabello, que foi trabalho de fim de curso de Marcos Cesar[3], na Universidade Católica de Salvador, onde eu ajudei a orientar.  

" Rafael Baptista Rabello, que posteriormente adotou o nome artístico de “Raphael Rabello”, nasceu em 31 de outubro de 1962 em Petrópolis (Rio de Janeiro).
..

A carreira profissional de Raphael começou bem cedo. Quando tinha aproximadamente 14
anos, em 1975, ele e sua irmã Luciana criam o grupo “Os Carioquinhas”, e já tocando em violão de 7 cordas (totalmente influenciado por Dino, até na maneira de andar, e de se vestir). Além do próprio Raphael (violão de 7 cordas) e de sua irmã Luciana (cavaquinho), o grupo era formado por Paulo Magalhães Alves (bandolim), Mário Florêncio (pandeiro) e Téo Oliveira (violão de 6). Depois Téo é substituído por Mauricio Carrilho, e Celsinho Silva assume o pandeiro passando Mário para a percussão.
...
Rabello é a singularidade no estilo que provém de um hibridismo técnico concebido graças
às influências de Heitor Villa-Lobos, Augustin Barrios, Radamés Gnattali, Garoto, João
Pernambuco, Dilermando Reis, Dino 7 Cordas, Tom Jobim, Paco de Lucia, entre outros. Teve o choro como base musical onde se tornou um especialista ao ponto de ser apelidado como, “Mozart do choro”. Rabello redimensionou o choro com harmonias modernas, inserindo elementos da música flamenca, concebendo uma estética harmoniosa e significativa, no âmbito até então, tradicional. Ele utilizava o dedo polegar da mão direita com apoio, recurso característico do gênero, recriando baixarias e inserindo os arpejos de extensão com ligados e cordas soltas, o que caracteriza “Campanella”, recurso bastante utilizado no violão erudito, principalmente por Villa-Lobos."

Raphael Rabello

Senhores, com vocês Raphael interpretando Garoto:
http://www.youtube.com/watch?v=142RtCD0F7M

Para maiores referências, ver os sites:
[1] - http://brazilianmusic.com/garoto/
[2] - http://www.bellinati.com/bio/bio.html
[3] - O Legado de Raphael Rabello, por Marcos César Santos.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 17Jan2011

Pessoal, bom dia.

Primeiramente gostaria de dizer que agora nós temos um blog para continuarmos a nossa série de Músicas que Elevam para que possamos escrever e comentar de qualquer lugar. O endereço é
http://drlucianomachado.blogspot.com

Hoje, para iniciarmos o nosso blog, trazemos o incomparável João Pernambuco. João Teixeira Guimarães, mais conhecido como João Pernambuco (foto abaixo), nasceu em Pernambuco em 02/11/1883, e migrou para a então capital da república, o Rio de Janeiro, bem no início do Século XX (1902). Filho de um português com uma índia, João começou aprender violão desde menino. Reza lenda que João era analfabeto e por causa disso, tinha medo de que mostrar suas músicas para que as pessoas não as roubassem. Dizem até que Luar do Sertão foi um exemplo disso, visto que o letrista, Catulo da Paixão Cearense, a registrou como somente sua. Existe um relato do Pixinguinha que ele afirma ter visto João Pernambuco tocar a música bem antes de existir letra. Rumores à parte, é só conhecer um pouquinho das músicas de João para ver que Luar do Sertão é a cara dele.

João Pernambuco

João Pernambuco escreveu uma série de músicas que ainda hoje fazem parte do repertório de grandes violonistas, do erudito ao popular. Sons de Carrilhões, que é na minha opinião o Hino do Violão Brasileiro, Graúna, Interrogando, são grandes sucessos de João. Certa feita Villa-Lobos disse:"Ah João Pernambuco… nem mesmo Bach se envergonharia de assinar seus estudos!" Se Bach não se envergonharia, imagina se o Villa-Lobos iria… O primeiro compasso do Prelúdio nº5 de Villa-Lobos é quase que uma cópia fiel do primeiro compasso de Sonho de Magia, do João.

De 1919 e 1922, João participou do conjunto Oito Batutas que mais tarde alcançaria fama ao excursionar pela Europa. Além de João, o conjunto ainda contava com Pixinguinha, o China que era irmão do Pixinguinha, e o Donga (aquele mesmo de Pelo Telefone que foi o considerado o primeiro samba, mas que na minha opinião era um choro-maxixe... hehehe).

Os Oitos Batutas
Nesta foto de Os Oito Batutas, de 1919,. Pixinguinha é o segundo de pé da esquerda para direita, o China é o primeiro sentado na esquerda, o João Pernambuco é o terceiro sentado da esquerda para direita e o Donga é o último sentado da esquerda para a direita.

Senhores, com vocês Sonho de Magia de João Pernambuco: http://www.youtube.com/watch?v=TT32Zs2GpbI&feature=related 

Eu não sei quem é o violonista mas acho que ele mandou bem.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 12Jan2011

Pessoal, bom dia!
Hoje trazemos na nossa série Músicas que Elevam, Dilermando Reis (foto abaixo) , o fabuloso (roubei esse apelido do Luis Fabiano já que ele não fez nada na Copa... Hehehehe). Grande violonista, Dilermando começou a aprender violão aos 10 anos com seu pai. Ele batalhou duro e sofreu com o grande preconceito da época dele em que os violonistas eram tachados de vagabundos. Dono de uma imensa sensibilidade e talento afinado, Dilermando brilhou em sua época com suas composições e intrepretações magníficas de chorinhos e valsinhas.

Dilermando Reis

Certa feita, o então presidente da república Jucelino Kubitschek decidiu aprender violão. Foi então que Dilermando foi convidado para dar aulas para o presidente. Por causa disso, JK recebeu o apelido de Presidente Bossa-Nova. Reza a lenda, que o JK concedeu uma aposentadoria para o Dilermando como fiscal de rendas, mas não sei se é vero...rssss!!!

A música de hoje é uma bela valsinha chamada Noite de Lua. Senhores, com vocês Dilermando Reis: http://www.youtube.com/watch?v=N6FMDM7R5rQ&feature=related

Para saber um pouquinho mais sobre Dilermando Reis vejam o link: http://www.youtube.com/watch?v=QtB84xDeUpY&feature=related

Have fun and be in peace!!

Músicas que Elevam o Espírito - 10Jan2011

Pessoal, bom dia.
Hoje trazemos mais um chorinho na nossa série Músicas que Elevam. Com este chorinho de Jacob do Bandolim (foto abaixo), gostaria de prestar uma homengem à cidade do Rio de Janeiro e sua vida noturna bohêmia.

O video de Noites Cariocas, é de uma apresentação no Berkelee College of Music. Berkelee é uma das escolas mais conceituadas de música do mundo de onde saíram grandes nomes como Quincy Jones, entre outros. Este acontecimento mostra a universalidade e penetração da música brasileira, especialmente do choro.

Jacob do Bandolim

Agora, algumas palavras sobre o compositor. Reza a lenda que quando criança, o menino Jacob ganhou um violino de presente. Mas logo se cansara do arco e passou a pinicar as cordas com um grampo de cabelo da sua mãe. Uma vizinha, e amiga da mãe dele, presenciou o fato e profetizou: "Este menino quer é tocar bandolim!" Pouco tempo depois Jacob trocou o violino pelo bandolim e nunca mais o largou. Sua relação com o instrumento foi tão íntima que ele acabou o adotando como sobrenome. Músico virtuose, Jacob influenciou uma série de músicos tais como, Ronaldo do Bandolim, Déo Rian, Joel Nascimento, Hamilton de Holanda, entre outros.

Senhores, com vocês, Noites Cariocas, de Jacob do Bandolim: http://www.youtube.com/watch?v=qCZtUH6CSf4&feature=related

Mais detalhes da vida e da obra de Jacob podem ser encontrados no site: http://www.jacobdobandolim.com.br/jacob/index.htmlHave fun and be in peace!

Músicas que Elevam o Espírito - 04Jan2011

Pessoal, bom dia.
A nossa série de Músicas que Elevam trás hoje um Ás da música brasileira: Waldir Azevedo!

Carioca, do subúrbio, dono de uma imensa musicalidade e sensibilidade para atingir diretamente o gosto popular de sua época, Waldir compôs mais de 150 músicas, e gravou mais de 30 álbuns. Antes de se dedicar à música profissionalmente, Waldir era escriturário no setor de Engenharia da Light (Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro). Reza a lenda que ele, quando estava em lua-de-mel recebeu um aviso de um amigo dizendo que tinha uma vaga aberta para cavaquinista no conjunrto regional do Dilermano Reis, com carteira assinada e tudo mais!! Com essa nova renda extra, Waldir iria dobrar o seu sálario. Então, em plena lua-de-mel, ele virou-se para a mulher e disse: -"Mulher, vamos voltar para o Rio. Preciso fazer um teste para cavaquinho." A esposa dele respondeu: "Meu filho, lua-de-mel, é uma vez só na vida. Vai você, porque eu vou ficar aqui." E foi o que aconteceu, ele passou no teste e ficou tocando com o fabuloso Dilermando Reis, até que ele assumiu o conjunto quando o Dilermando saiu.

Waldir Azevedo
Eu não gosto de repetir música, mas hoje trazemos novamente Brasileirinho. Deixo aqui um fragmento de história retirado do site do Waldir (www.waldirazevedo.com.br):

"Foi em um encontro familiar que Waldir Azevedo, numa inspiração inexplicável, pode dar início ao primeiro fragmento melódico de seu grande sucesso "Brasileirinho", ao atender o insistente pedido de um primo de sua esposa Olinda, na época um menino de nove anos, que tocasse em seu cavaquinho de plástico, que contava com apenas uma corda. O improviso agradou tanto o menino que teve de ser repetido várias vezes a ponto de Waldir decorá-lo. À noite, na rádio (Rádio Clube do Rio), Waldir contou o feito a seus companheiros, tocando-lhes o referido fragmento melódico, imediatamente harmonizado por seu violonista Jorge Santos.
Essa música foi apresentada num programa ao vivo na rádio, quando Waldir improvisou a segunda parte para completá-la, já que tinha de apresentar algo novo naquela noite e, para sua surpresa, arrancou aplausos entusiásticos da platéia presente."

Meus amigos, com vocês o grande Waldir: http://www.youtube.com/watch?v=Si5y0QGSjTY&feature=related


Have fun and be in peace!!

Músicas que Elevam o Espírito - 03Jan2011

Pessoal, bom dia
Após uma breve pausa para Natal e Ano-Novo, estamos de volta com a nossa série Músicas que Elevam.

A nossa música de hoje é uma valsa, composta por Pixinguinha (foto abaixo) chamada Rosa. Essa é uma música que transcende épocas e gerações: http://www.youtube.com/watch?v=xtT_0rn959c

Pixinguinha
 Gostaria de deixar um relato sobre Pixinguinha no livro Publicado pelo jornalista carioca Frascico Guimarães, mais conhecido como Vagalume. O livro, entitulado Na Roda do Samba, teve sua primeira edição em 1933 e é considerado uma publicação histórica por revelar a origem do samba e relatar, de uma maneira simples e precisa como o samba se desenvolveu no Rio de Janeiro  no ínicio do século passado. O livro faz parte do catálogo da Funarte e faz teve algumas reedições. Além de exímio observador da realidade da música brasileira e da cidade do Rio de Janeiro, o nosso querido Vagalume é o meu bisavô materno.

Francisco Guimarães, o Vagalume
 " Seção: Gente de Hoje

Temos na geração moderna, nomes de valor :
ALFREDO VIANNA (Pichinguinha). É o homem da
flauta magica. É realmente um grande muzico e
muzicista o discipulo do inolvidavel Irineu de
Almeida. Quizesse ele trabalhar e com a inspiração que
tem, seria o substituto de Paulino do Sacramento, que
foi quem mais produziu nestes ultimos 20 annos.
Mas, se Pechinguyinha é um bom flautista, é
melhor flauteador...
Quizesse elle seria Sua Magestade Rei do
Samba."

Capa do livro Na Roda do Samba

Mais detalhes sobre essa música e a letra estão descritos nos comentários abaixo do vídeo (botão de seta para baixo embaixo do número de exibições.

Have fun and be in peace

Músicas que Elevam o Espírito - 14Dez2010

Pessoal, bom dia

Hoje trazemos uma obra-prima da música popular brasileira. A música de hoje é Todo o Sentimento, de Chico Buarque e Cristóvão Bastos, executada pelo grande violonista Alessandro Penezzi, que é considerado um dos órfãos de Raphael Rabello, assim como Rogério Caetano, Marcos César, Luciano Machado (hehehe), etc.

http://www.youtube.com/watch?v=QE6pN2hzkps

Músicas que Elevam o Espírito - 13Dez2010

Pessoal

Continuando a nossa série de músicas que elevam, trazemos hoje o grande violonista e professor da UFB, Mario Ulloa, tocando O Bem e o Mal da trilha sonora de Riacho Doce.

http://www.youtube.com/watch?v=8AYYhpUGvKs

Músicas que Elevam o Espírito - 09Dez2010

Pessoal, bom dia
Hoje voltamos com a nossa série de músicas que elevam com uma combinação explosiva. O Estudo nº1 para violão do nosso grande Heitor Villa-Lobos sendo executado pela bela e competente Ana Vidovic.

Para a sorte dos brasileiros de SP, RJ e Maringá, a bela Aninha está em turnê agora nessas cidades do Brasil. A turnê termina dia 12/Dez com uma Máster-Classe na UFRJ.

http://www.youtube.com/watch?v=DbtRa3JFf0I

Músicas que Elevam o Espírito - 03Dez2010

Pessoal, bom dia

Hoje trazemos Beethoven com a Sinfonia nº9 - na parte Ode to Joy, executada pela filarmônica de Viena e regida por Leonard Bernstein. Ou seja, tudo do que há de melhor. No início do video o Maestro Bernstein fala coisas muito legais sobre a música de Beethoven. Reza a lenda que Beethoven estava completamente surdo quando compôs essa sinfonia, mas mesmo assim ele quis reger a primeira exibição dela. Quando o perguntaram como ele faria isso, ele respondeu que iria contando o tempo na cabeça dele. Isso não deu muito certo e as partes ficaram atravessadas e a critica não gostou muito. Mas, como toda obra-prima ela nos encanta até hoje.
Beethoven
Gostaria de dedicar essa peça aos amigos de ontem, aos de hoje, aos que se foram, por um capricho da vida mas que não deixaram de ser amigos, e aos que ficaram.

http://www.youtube.com/watch?v=nZJ1Tgf4JL8

Músicas que Elevam o Espírito - 29Nov2010

Pessoal, bom dia

Para compensar o atraso de hoje trazemos a Suíte Popular Brasileira: Gavota-Choro de Heitor Villa-Lobos executada por Julian Bream.
Heitor Villa-Lobos

Nosso maestro Villa-Lobos juntou numa suíte, que ele chamou de Suíte Popular Brasileira, uma série de 5 peças para violão que misturam danças européias com o nosso bom e velho Choro. Por isso temos:
1. - Mazurka-Choro
2. - Schottish-Choro
3. - Gavota-Choro
4. - Valsa-Choro
5. - Chorinho

Segue o link, e espero que gostem.

http://www.youtube.com/watch?v=QI4e-dRz9ig&playnext=1&list=PL901111B1F8FB587F&index=3

Músicas que Elevam o Espírito - 30Nov2010

Pessoal
Hoje trazemos uma valsinha do brilhante compositor paraguaio Agustín Barrios e também brilhantemente executada por John Williams.

Agustin Barrios Mangoré
Para quem achava que no Paraguai só tinha Larrissa Riquelme e uísques falsificados, é melhor mudarem de idéia. Por falar nisso, não existe o verbo errar no dicionário de John Williams. Ele é perfeito sempre!

http://www.youtube.com/watch?v=-vLGpbs9nJ4&playnext=1&list=PLBC79E95B8E2F79FA&index=30

Músicas que Elevam o Espírito - 25Nov2010

Pessoal, bom dia.

Hoje trazemos novamente nosso Maestro Maior: Heitor Villa-Lobos. A peça de hoje é o Choros Nº1, executada por Turíbio Santos.

O Villa-Lobos tem uma série de 14 peças chamadas Choros para diferentes tipos de intrumentos e formações de orquestras. Por exemplo, o Choros nº 1 é para violão, o nº 2 é para flauta e clarinete, o nº 5 é para piano, o nº10 é para coral e orquestra (Uma obra prima!) e etc.
Maestro Heitor Villa-Lobos

A obra de Villa-Lobos para violão é muito importante e até hoje faz parte do repertório dos grandes violonistas eruditos internacionais e objeto de estudo em Conservatórios de Música do mundo inteiro.

O violonista de hoje é o Turíbio Santos. O Turíbio, que hoje é diretor do Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro e um Imortal da Academia Brasileira de Música, foi o primeiro violonista erudito brasileiro a fazer sucesso internacionalmente. Ele recebeu, em 1965, o 1º lugar do Concurso Internacional de violão da ORTF (Office de Radiodiffusion et Television Française) em Paris, lançando assim sua carreia internacional [1]. Isso abriu caminho para outros violonistas brasileiros executassem obras clássicas, como Sérgio e Eduardo Abreu, Sérgio e Odair Assad, dos Duos Abreu e Assad respectivamente, Fábio Zanon, etc.
Turíbio Santos com Andrés Segovia, em 1965
 

Eu, particularmente, gosto do Choros nº1 tocado em um andamento um pouquinho mais lento, mas não invalida a linda execução do Turíbio.

http://www.youtube.com/watch?v=lqnVCIzyVEU&feature=related

Mais detalhes:
[1] - http://www.turibio.com.br/

Músicas que Elevam o Espírito - 24Nov2010

Pessoal, bom dia

A música tema de hoje é uma peça da Suite Espanhola opus 47 - Sevilla de Issac Albéniz brilhantemente executada por Raphael Rabello.

Raphael mais uma vez mostra que foi um gênio da música com uma versatilidade enorme para executar com a mesma precisão qualquer gênero musical, seja ele clássico, chorinho, flamenco, samba, etc.

Esse Raphael não era mole não... Violonista híbrido da porra!

http://www.youtube.com/watch?v=vXMzUCS_bEE

Músicas que Elevam o Espírito - 23Nov2010

Pessoal, bom dia

Trazemos hoje Beethoven com seu Concerto para piano nº5 em Mi maior opus 73 (mais uma para relaxar!!). Excelente pianista e compositor genial, Beethoven sempre teve uma vida difícil. Desde tenra idade era obrigado pelo pai, que era extremamente abusivo, a praticar piano por inúmeras horas por dia. Às vezes, chegava ao cúmulo de ser acordado no meio da madrugada pelo pai bêbado para tocar piano para alguma prostituta que ele levara para casa. Essa vida complicada fez com que ele virasse um adulto de personalidade bem difícil, inclusive com a perda completamente da audição. Contudo, ele nos deixou sua música maravilhosa.

http://www.youtube.com/watch?v=qSeg69d3CQ8

Músicas que Elevam o Espírito - 22Nov2010

Pessoal, bom dia

Abrindo bem semana com a nossa série Músicas que Elevam, trazemos hoje uma música tradicional do folclore inglês chamada Greensleeves com o Pelé do violão clássico, Andrés Segovia.

Ninguém sabe ao certo o nome do compositor desta peça. Alguns historiadores acreditam que ela foi composta pelo rei da Inglaterra Henry Tudor VIII. Ele foi o rei responsável pelo cisma da Inglaterra com a Igreja católica porque queria anular seu casamento com Catarina de Aragão para poder se casar com sua amante Anne Boleyn. A partir daí formou-se a Igreja Anglicana na Inglaterra, e que dura até hoje. Fofocas à parte, o fato é que esta música sobreviveu até os nossos dias por ser muito bela.

http://www.youtube.com/watch?v=SY_g7H6DN68

Músicas que Elevam o Espírito - 19Nov2010

Pessoal

Dando continuidade à nossa série Músicas que Elevam, trazemos hoje o nosso maestro Heitor Villa-Lobos com o Prelúdio (modinha) da Bachiana nº1 com 8 violoncelos onde Mischa Maisky é o solista.

Villa-Lobos = Gênio. Sem mais comentários!

http://www.youtube.com/watch?v=crL1H8INb8c

Músicas que Elevam o Espírito - 18Nov2010

Pessoal

Hoje trazemos o Concierto de Aranjuez, Part-2 Adágio. Este é um dos concertos para violão e orquestra mais conhecido do mundo. Ele foi composto pelo maestro espanhol Joaquin Rodrigo. Apesar de cego e pianista, Rodrigo conhecia muito bem a anatomia do violão e sabia como compor para o instrumento.

Este concerto foi gravado por vários violonistas de renome, inclusive o Pepe Romero, mas trazemos uma versão com o Paco de Lucia, em homenagem ao Léo que passou ileso (graças a Providência Divina) de uma experiência desagradável ontem.

http://www.youtube.com/watch?v=w8LL1x6J2rU

Músicas que Elevam o Espírito - 17Nov2010

Pessoal

Hoje trazemos novamente uma composição do exímio violonista paraguaio Agustín Barrios. Cada vez que eu escuto uma música de Barrios mais eu me convenço que ele era um iluminado.

http://www.youtube.com/watch?v=fkDb1Nhhu70

Músicas que Elevam o Espírito - 12Nov2010

Pessoal, bom dia

Seguindo a nossa série de músicas que elevam, hoje atacamos de Mozart com a Sonata em Lá Maior KV 331 - Alla Turca para fecharmos bem a semana. O compositor dispensa apresentações, e a música também.

http://www.youtube.com/watch?v=EPP0_va2krc

O meu único comentário é sobre o filme A Encrusilhada (Crossroad, em inglês) atuado pelo eterno Karate Kid, Ralph Macchio. Ele teve uma idéia de um milhão de dólaresde modificar o final desta música e colocar um blues. Por isso ele caiu na maldição do Faraó que dizia que "Nem as pirâmides do Egito e nem as peças de Mozart poderiam ser violadas!" Depois disso ele não fez mais nada de muito expressivo na sua carreira de ator.

http://www.youtube.com/watch?v=s8_yx1_uGS4&feature=related

Músicas que Elevam o Espírito - 09Nov2010

Senhores

Hoje trazemos um samurai japonês, que ao invés de usar uma Katana, tem o violão como espada. Kazuhito Yamashita é um gênio do violão. Desde cedo sempre estudou com seu pai, que aliás, foi seu único professor. Neste vídeo ele toca com o Larry Coryell, que está mais para bozo do que para violonista, o inverno das 4 estações de Vivaldi. Yamashita dá uma aula de virtuosismo para nós, pobre mortais.

http://www.youtube.com/watch?v=5yqbvk-PS_w

Músicas que Elevam o Espírito - 08Nov2010

Pessoal

Hoje trazemos o nosso mestre Raphael Rabello intrepretando o terceiro movimento (Choros) da suite Brasiliana nº 13 de Radamés Gnatalli.

Radamés Gnattalli e Raphael Rabello


Radamés foi um excelente pianista e professor de música de nomes como Tom Jobim e o próprio Rabello. Ele fez parte de uma dinastia dos Néo-Nacionalistas Contemporâneos, que começou com Heitor Villa-Lobos, continuou com Radamés Gnatalli e com Tom Jobim, terminando com o próprio Rabello. Essa peça que trazemos hoje, além de bela, é de extrema dificuldade, mas brilhantemente executada por Raphael.

http://www.youtube.com/watch?v=XPni1AqS1eA

Músicas que Elevam o Espírito - 07Nov2010

Pessoal, bom dia

Hoje nossa música será dedicada às crianças Clarinha, que nasceu na sexta passada e é filha do nosso amigo Antônio, e Pedrinho que fez 1 ano e é filho do nosso amigo Ernane. Desejamos as melhores vibrações de paz, e amor. Que a providência divina dê uma vida venturosa, cheia de saúde e alegria para os dois e para os pais também.

Portanto, nada melhor que o nosso maestro Villa-Lobos com a  Bachianas nº2 - Tocata (Trenzinho do Caipira) aqui executada por duo de piano e violoncelo.

http://www.youtube.com/watch?v=04iZ_3WeZLE

Músicas que Elevam o Espírito - 05Nov2010

Pessoal

Hoje temos Badi Assad. Ela vem de uma família de músicos conceituada. Seus irmãos, Odair e Sergio, compõem o maior duo de violão clássico em atividade no mundo. Ela mesma é uma virtuose no instrumento. Além disso, ela tem um trabalho vocal percussivo bem legal e impressionante. Na música de hoje, a Badi mostra como a voz pode ser utilizada como um instrumento também.

http://www.youtube.com/watch?v=CBMe9foIuR0

Músicas que Elevam o Espírito - 04Nov2010

Pessoal

Hoje trazemos Rapahael Rabello tocando Luiza do Tom Jobim, com a presença ilustre de Paco de Lucia ( por cauda do pedido do Leo Hora). Um monstro tocando a música de um outro monstro e sendo observado por um monstrinho. Aí é barril, vu!!!

http://www.youtube.com/watch?v=8xfnNm575HU&feature=related

Músicas que Elevam o Espírito - 03Nov010

Pessoal, bom dia

Dando prosseguimento às musicas que elevam, trazemos hoje Bachianas n 5 - Ária (Cantilena). A versão original é para soprano e 8 violoncelos, mas trazemos o arranjo feito pelo próprio Villa-Lobos para Violão e canto.

http://www.youtube.com/watch?v=CdXXQBd--4M

Além disso, resolvi incluir aqui a história dessa versão para violão que eu retirei do livro do Humberto Amorim, Heitor Villa-Lobos e o Violão, pg. 38-39, que foi editado pela Academia Brasileira de Musica - ABM.
Heitor e Arminda Villa-Lobos

"A transcrição para canto e violão foi encomendada por Olga Praguer Coelho [soprano brasileira]. Tal realização está descrita, com detalhes, em um depoimento da cantora (praticamente desconhecido) gravado por Hermínio Bello de Carvalho:

Pedi ao Villa-Lobos para fazer uma versão [da ‘Bachianas nº5’] para violão. Ele passava, nessa ocasião, três meses no Brasil e três meses nos Estados Unidos, e eu morei lá 32 anos. Então nós nos víamos quase que diariamente. Ele tinha feito várias músicas para mim e o Segóvia, que foi meu marido durante 20 anos. Bem, Villa-Lobos olhou para mim, coçou a cabeça e disse: ‘-Você não vai ter paciência de estudar, vai ficar muito difícil, oito violoncelos num violão, eu não gosto do arranjo para piano, quanto mais violão, você não vai estudar e vai ficar tocando mal, fico furioso e nossa amizade vai por água abaixo.’ Então, vendo que ele não queria fazer, fui ao Segóvia e disse: Villa-Lobos não quer fazer a versão para violão, então você faz. Ele disse: ‘ -Deus me livre! Se o autor acha que via ficar difícil demais no violão, o que eu fizer ele vai criticar e aí nós vamos brigar também.’ Não fez. Aí eu voltei para o Villa-Lobos e arranjei como advogada a Mindinha, mulher dele. Ela disse: ‘-Você decora o acompanhamento para piano, um dia você vem jantar aqui conosco (isso já era no Rio, porque a história tinha começado em Nova Iorque), come pouco durante o jantar para não diminuir o fôlego. Aí então sem ele saber vou mudar as cordas do violão, que estão horrorosas e enferrujadas, depois você senta no piano como quem não quer nada, canta as ‘Bachianas’ e depois tenho a certeza de que, vendo que você decorou as ‘Bachianas’ inteira, ele vai tentar fazer o acompanhamento.’ Bom eu fui. Comi pouco, voltamos para a casa (jantamos no Ginástico Português, onde comiam diariamente) e sentei ao piano, cantei a ‘Bachianas’. Ele me olhou no final muito surpreso e disse: ‘-Sim senhora, e no tom original, hein?!’ E aí a Mindinha falou: ‘- Você não quer experimentar o violão?’ Ele respondeu :’- Ah,meu violão está horrível, as cordas estão horrorosas.’ Ela disse:’-Não, eu mudei.’ ‘Ah você mudou então? Isto é um complô.’ Ela disse que não, que não era um complô ‘mas como eu sabia que ela (Olga) ia querer que você tocasse e tentasse fazer o acompanhamento (da ‘Bachianas’) mudei as cordas.’ Aí veio o violão, ele afinou. Você vai escrever agora, eu disse:’-vou viajar para a Suécia e só saio daqui com a partitura.’ Villa-Lobos sentou-se diante da partitura que é para oito violoncelos e me disse que a ‘Bachianas nº5’ foi composta para 9 violoncelos: enamorou-se do canto que fazia o 1º cello e resolveu então utilizar uma voz feminina e por isso a reescreveu para soprano. Aí sentou-se e começou a ler, à primeira vista, o acompanhamento ao violão. Nós estávamos, Eu e a Mindinha, emocionadíssimas. Ele disse: ’-pode ser que saia o acompanhamento. ’- Você vai escrever já, ela falou. Saí de lá às 5 da manhã com a partitura embaixo do braço. 
Olga Praguer Coelho
Obs.: Se quiserem ouvir a versao original para canto e 8 violoncelos tem no link: http://www.youtube.com/watch?v=cAS9uoLXZak&feature=related

Músicas que Elevam o Espírito - 29Out2010

Pessoal, bom dia

Hoje, trago com atraso, um encontro inusitado: Yo-Yo Ma, um chinês que é um dos melhores violoncelistas do mundo, com Paquito d'Rivera, um excelente musico cubano, tocando música brasileira.

Daí surge uma pequena reflexão: O que é musica clássica? O que é musica popular? O que é musica simples? O que é musica sofisticada, quando todas vêm do coração do povo?

http://www.youtube.com/watch?v=Hs7REKDNxKw

Músicas que Elevam o Espírito - 28Out2010

Pessoal, bom dia.

 À pedido do Léo hoje trazemos música Flamenca com o fenomenal violonista espanhol Carlos Montoya.
Jean: preste atenção na mão direita do Montoya. Arme um acorde simples de Mi maior (E) no seu violão, hoje à noite, e faça o movimento da mão direita devagar. Depois aumente progressivamente a velocidade até atingir a mesma do Montoya.
zOin: Dá para criarmos um novo ritmo que misture Flamenco com o Gospel? Talvez Flamenpel ou Gospenco?

http://www.youtube.com/watch?v=cv2Fyjk0GGM&feature=related

Have fun and be in peace!

Músicas que Elevam o Espírito - 22Out2010

Pessoal

Hoje, trazemos um chorinho para fecharmos bem a semana. O nome do chorinho é Cochichando do Pixinguinha executado pelo grande violonista e arranjador Carlos Barbosa Lima. O detalhe desse video é que a camisa que ele está usando e o sapato brasão, que infelizmente não aparece no video mas com certeza está lá, foi um presente do nosso amigo zOin.

http://www.youtube.com/watch?v=9oEjsqyayUA

Músicas que Elevam o Espírito - 20Out2010

Pessoal

Nossa música de hoje é a Recuerdos de Alhambra composta por Francisco Tárrega e executada por Pepe Romero.

Eu tive o prazer de conhecer o Pepe Romero pessoalmente nos Estados Unidos e conversar com ele uns 5 minutos. Ele pertence à Familia Real do Violão Espanhol. Seu pai, Celedônio Romero, ele e seus outros dois irmãos, Celin e Angel Romero, ganharam o título de Cavaleiros do Império Espanhol das mãos do Rei de Espanha pelos serviços prestados à música e cultura espanhola. Especificamente, Pepe é especialista em violão clássico e violão flamenco. Isto pode parecer redundante, mas não é. O violão flamenco difere muito do violão clássico na pegada e na forma do entendimento do instrumento, etc.

Neste vídeo o Pepe transcende com seu talento e sensibilidade.

http://www.youtube.com/watch?v=-jDRRmLoqiE