segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Músicas que Elevam o Espírito - 24Jan11

Pessoal, bom dia.
Continuando nossa série de Músicas que Elevam o Espírito, trazemos hoje um violonista de uma cidadezinha do norte do Estado do Rio chamada “Varre-Sai” (que nome é esse?  Hehehehe).  Baden Powell nasceu no dia 06 de agosto de 1937 e ganhou esse nome em homenagem ao fundador do escotismo, o general britânico Robert Thompsom S.S. Baden Powell.
Baden foi um apaixonado pelo violão desde tenra idade. Quando tinha oito anos, sua tia ganhou um violão em uma rifa, mas o colocou pendurado na sala. O menino Baden não se conformava, até que um dia ele enrolou-o em uma toalha e levou-o pra casa. Mas como ninguém sabia, ele mantinha o violão debaixo da cama, até que sua mãe descobriu um dia e a casa caiu pro menino...rsss. Mas o episódio teve um final feliz, e seu pai vendo o interesse do menino resolveu iniciá-lo nas artes violonísticas.  Mas como o menino em pouco tempo superou o pai no instrumento, ele foi estudar violão com o grande professor Meira que mais tarde seria também professor do Raphael Rabello e do Maurício Carrilho.
Baden Powell
Dono de um estilo único dentro do universo violonístico, Baden Powell é mais que uma escola de violão, ele é uma universidade inteira. Baden foi um dos maiores violonistas do mundo, com uma produção impressionante e de uma musicalidade ímpar, sua obra continua inspirando violonistas do mundo inteiro. Qual violonista, profissional ou amador, nunca quis ter a macumba da mão direita de Baden? Quem nunca se impressionou com os Afro-Sambas,  parcerias de Baden com o poetinha Vinícius?
Gostaria de deixar aqui uma história pra lá de curiosa que eu retirei do site do Baden Powell, http://www.badenpowell.com.br/ , e que foi escrita pelo filho do Baden. Coisas do Baden e do Poetinha...rssss.
Baden e Vinícius
“Certo dia Baden chegou à casa do poetinha trazendo nos dedos uma belíssima melodia que compôs num momento muito inspirado. Era por volta das nove da noite quando Baden apresentou a melodia, e Vinicius ficou logo muito empolgado com a música que inspiraria mais uma bela poesia:
- Puxa Badinho, que música linda! Toca de novo!
Baden também entusiasmado com a empolgação do poeta tornou a tocar a música. E entraram pela noite tocando e ouvindo-a várias vezes, fazendo uma pausa de vez em quando pra conversar sobre os mais variados assuntos, como assombração, Mula sem Cabeça... Isso tudo regado à muito whiskie (papai contava que nessa noite foram umas quatro garrafas!). A madrugada chegou logo, as garrafas foram se acumulando e o Baden foi ficando meio desconfiado de alguma coisa, pois o Vinicius estava pedindo pra ele tocar a música desde cedo e não havia mencionado nada sobre a letra. Vinicius tornou a pedir para ele tocar, e o Baden então perguntou:
- Espera aí Vinicius, tá tudo certo, mas… Cadê a letra?
- A letra? Bom, na verdade aconteceu uma coisa, é… Eu não vou fazer essa letra mais não!
- Como assim? Estamos aqui, só nós dois, juntos desde cedo, tocando e bebendo, agora são altas horas e você me diz que não vai fazer a letra! O que houve?
- Não foi nada demais. Mas, eu prefiro não dizer, vamos deixar isso pra lá.
- Não, Vinicius, agora você vai me dizer o que houve.
- Sabe o que é Badinho, essa música que você fez é um plágio!
- Plágio?! Como assim Vinicius?
- É Badinho, um plágio.
- Não, Vinicius, você tá enganado…
- É, Baden, eu tenho certeza. Por isso não vou fazer essa letra. Depois vai sair nos jornais: “A dupla Baden e Vinicius plageiam…” Fica chato, entende?
- Mas, Vinicius, essa melodia me veio por inteira, eu fiz de uma vez, não pode ser plágio!
- É sim, Baden, tenho certeza.
- Mas plágio de quê, e de quem?
- Ora, Baden, isso ai é um prelúdio de Chopin!
- Não, Vinicius, você está enganado. Você bebeu demais e está confundindo as bolas.
- Não, Baden, você foi quem bebeu demais. Fez uma música de Chopin e tá achando que é sua.
- Mas, Vinicius, eu conheço os prelúdios de Chopin, estudei todos. Te garanto que não tem nada de Chopin nessa música!
- Eu também conheço, Baden, meu ouvido não falha, isso ai é Chopin com certeza! Quer ver só?! Eu vou acordar minha mulher que é formada em piano e conhece tudo, espera aí…
- Não faz isso, Vinicius, tá muito tarde, e a gente tá com um bafo danado…
- Tudo bem, ela já tá acostumada.
E lá foi o Vinicius chamar sua mulher, que na época era a Lucinha Proença. Ela chegou na sala sem saber o que estava acontecendo, mas vendo a cena perguntou:
- Oi Baden tudo bem? Vocês querem um café?
- Não Lucinha, sobretudo não vamos misturar… Obrigado.
Vinicius retomou seu lugar e dirigindo-se ao Baden, disse meio ríspido:
-Toca!
Baden executou e Vinicius ficou esperando algum comentário da Lucinha, que em silêncio não sabia o que dizer diante da visível espectativa do poeta:
- Como é, você não vai dizer nada?
- Como assim, o que você quer que eu diga?
- Toca de novo Baden!
Ao final desse bis, Vinicius novamente perguntou para mulher:
- Isso não é Chopin?!
- Não.
- Como não é Chopin?!
- É uma canção romântica, é muito bonita, mas não é Chopin.
- Ah, então você também tá contra mim?!
Fez-se então um silêncio que confirmou um grande mau entendido da parte do poeta, que com muita astúcia concluiu:
- Então Chopin esqueceu de fazer essa!
Vinicius pegou papel e caneta e escreveu quase que instantâneamente uma belíssima peosia, e a música foi batizada de "Samba em Prelúdio".”
E para completar, trazemos o inesquecível Paulinho Nogueira numa execução maravilhosa. O Paulinho ainda será tratado com muito carinho aqui no nosso blog. Senhores, com vocês, Baden Powel, Vinícius e Paulinho: http://www.youtube.com/watch?v=whISNqcmKnI
Já que eu falei na macumba da mão direita do Baden, resolvi adicionar outro vídeo, mas este com o próprio Baden: http://www.youtube.com/watch?v=TSUNbvb-DWg&feature=list_related&playnext=1&list=MLGxdCwVVULXeII-m1BRlSlO-g-xuOk709
Baden Powell

2 comentários:

  1. Blogeuiro Madrugador... rsrsrs
    Massa!

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  2. Parabéns pelo post! muito bom!
    para o Baden, só tem um complemento para fazer:

    "OÔôÔ mininúUÚ lindú!"
    como diria Luciano iéh iéh!

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